Embora cenários semelhantes sejam registrados em outras regiões do país, essa realidade é especialmente grave aqui.

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Por: Josenilson Almeida
Redação JN Noticias
Feira de Santana, Bahia – Pacientes relatam espera superior a 8 horas para atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). Nos corredores, cenas desesperadoras: pessoas medicadas nos próprios bancos de espera, acompanhantes constrangidos e relatos frequentes de pacientes desmaiando enquanto aguardam. Familiares manifestam indignação com a demora na classificação até o atendimento, o que expõe uma crise real no atendimento público à saúde.
Embora cenários semelhantes sejam registrados em outras regiões do país, essa realidade é especialmente grave aqui. Usuários denunciam que pacientes chegam a ser atendidos somente depois de um dia inteiro de espera – ou acabam orientados a buscar atendimento em outras unidades, o que configura um tratamento indigno Câmara Municipal de Feira de Santana.
Denúncias estruturais e impactos legais
Além dessa sobrecarga no atendimento, o hospital enfrenta outras denúncias e processos administrativos:
- A Câmara Municipal de Feira de Santana relatou que a Fundação José Silveira, responsável pela contratação de servidores, atrasa o pagamento do piso salarial da enfermagem em até um mês Câmara Municipal de Feira de Santana, gerando insegurança financeira e insatisfação entre as equipes.
- Ainda em 2024, foi noticiado atraso no pagamento dos salários de parte dos funcionários do HGCA Câmara Municipal de Feira de Santana. A diretora do hospital chegou a negar os atrasos, mas as denúncias persistem Câmara Municipal de Feira de Santana.
- A Prefeitura de Feira notificou o hospital por descarte inadequado de resíduos hospitalares, após caso em que um coletor teve o dedo perfurado por seringas mal acondicionadas jornalfolhadoestado.comtribunafeirense.com.br.
- No passado (2017), o Estado foi condenado a pagar R$ 5 milhões por irregularidades trabalhistas no hospital Correio 24 HorasAcorda Cidade, e também foi responsabilizado por falhas de gestão em auditoria do TCU em 2009 Acorda CidadeJornal Grande Bahia (JGB).

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Quem sofre e quem enfrenta? Relatos humanos e resiliência
Enquanto a administração falha, muitos trabalhadores tentam preservar a dignidade no atendimento. É o caso da Sra. Carla Cristina Oliveira, servidora que se destaca pela atenção e carinho oferecidos aos pacientes, mesmo diante das limitações do sistema. Em entrevistas informais, muitos pacientes e acompanhantes reconhecem que a atitude acolhedora da Sra. Carla faz diferença naquele ambiente tenso.
E, por mais que tantas falhas apontem para a gestão, é fundamental reconhecer que muitos funcionários não têm culpa pela má administração: médicos, enfermeiros, técnicos e demais trabalhadores simplesmente fazem o que podem dentro de um sistema sobrecarregado e carente de recursos.
Apontando soluções: o que precisa mudar?
Para reverter o quadro, algumas medidas aparecem como urgentes:
- Reestruturação administrativa
- Fiscalização rigorosa da Fundação José Silveira, com garantia de pagamento pontual aos profissionais;
- Reavaliação do contrato de terceirização e adoção de gestão direta pelos órgãos públicos.
- Ampliação da rede de saúde básica municipal
- Construção de hospitais municipais;
- Fortalecimento da rede de atenção básica (UBS/USFs) para reduzir a saturação da UPA e do HGCA Câmara Municipal de Feira de Santana.
- Melhoria na regulação e fluxo de atendimento
- Implantação de sistemas de triagem ágil e priorização clara;
- Aumento do número de leitos de internação e UTI para evitar superlotação dos corredores e enfermarias.
- Ações de capacitação e valorização dos trabalhadores
- Programas de suporte psicológico e capacitação contínua;
- Melhores condições de trabalho para quem já enfrenta atrasos e falta de infraestrutura.
- Transparência e participação cidadã
- Abertura de canais de denúncia e ouvidoria acessíveis aos usuários e trabalhadores;
- Envolvimento de conselhos de saúde e entidades da sociedade civil no monitoramento da unidade.

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Responsabilização política e cobrança ao governo do estado
Este cenário expõe, claramente, falhas de gestão no âmbito do Governo do Estado da Bahia, que responde pela UPA e pela Fundação que gerencia o hospital. É imprescindível que o governador Jerônimo Rodrigues e a secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, sejam cobrados publicamente por medidas efetivas, que garantam direito ao atendimento digno e respeitoso à população.

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A secretária de Saúde da Bahia, Roberta Santana, tem sido destacada pela gestão estadual como um vetor de modernização e expansão das redes assistenciais. Ela frequentemente ressalta os números de avanços em infraestrutura, como a abertura de seis novos hospitais em dois anos e a instalação de mais de 35 ressonâncias magnéticas e 63 tomógrafos em todo o estado. Além disso, cita a criação de 26 policlínicas e seis unidades de oncologia, com leitos de UTI neonatal e pediátrica sendo contratualizados, como no Hospital Ramos (Eunápolis), visando desafogar a regulação estadual OffNewsgirodenoticias.com.
E mais: ela destaca sua trajetória nos bastidores — sendo ex-diretora-geral da Sesab e envolvida na montagem do HGCA II em Feira de Santana — e enfatiza que o sistema de regulação é vital para garantir equidade no atendimento e evitar situações graves, como pacientes aguardando em ambulâncias ou corredores. O problema, para Santana, está em acelerar o atendimento, não em abolir o sistema Acorda CidadePanorama da Bahia.
Apesar desses discursos, diversas ações de sua gestão levantam questionamentos quanto à efetividade diante da crise vivida na UPA/HGCA:
- O que orienta a realidade das horas de espera?
Apesar da ampliação anunciada, pacientes relatam espera de até 8 horas para atendimento médico, superlotação e desmaios nos corredores. É urgente que a secretária indique por que esse cenário persiste e quais medidas imediatas estão sendo tomadas — especialmente se existem planos contingenciais para triagem, classificação por risco e observação segura em corredores. - Por que a ampliação de leitos e unidades não desocupou corredores?
Mesmo após investirem em infraestrutura como HGCA II e novos hospitais, o fluxo de pacientes críticos ainda se dá nos espaços inadequados. Precisamos de explicações sobre se houve otimização do fluxo, contratação de pessoal ou reorganização da regulação para que esses leitos adicionais fossem, de fato, utilizados de forma eficaz. - Atrasos salariais na Fundação gestora: e agora?
Outro ponto crítico: houve denúncias recentes de atraso no pagamento do piso da enfermagem e salários no HGCA — o que contribui para baixa moral, absenteísmo e possíveis faltas de pessoal em turno. A secretária precisa explicar quais ações foram tomadas para garantir que os salários sejam sempre pagos em dia, e se existem punições ou ajustes contratuais em curso com a Fundação gestora Saúde BahiaOffNews. - A saúde básica municipal continua negligenciada?
Santana acusa prefeitos, como em Feira de Santana, de dependerem quase totalmente do Estado para atendimento hospitalar. Dados apontam que Feira recebe R$ 115 milhões/ano do Ministério da Saúde, mas não administra sequer um hospital municipal moderno — uma falha grave na atenção primária. Se a estrutura básica municipal não consegue resolver casos simples, como o Estado pretende desafogar a UPA? Saúde Bahia - Regulação realmente agiliza ou apenas muda a espera?
Embora defenda a regulação como ferramenta técnica, as reclamações de superlotação da UPA indicam que, na prática, o sistema ainda não é eficaz. A secretária precisa clarear se houve ampliação no número de médicos e técnicos de regulação ou reformulação de protocolos no Surem, se há sistemas de priorização de pacientes críticos — e em que prazo essas medidas começam a impactar. - Parceria com municípios: promessa ou resultado?
Ela afirma que fortalecer a Atenção Primária depende de parcerias com prefeitos — mas quais foram as cidades contempladas até agora? Há investimentos ou convênios com Feira, Vitória da Conquista e outras para construção de UBS, contratação de médicos ou redução de encaminhamentos à UPA? - Plano Emergencial: existe?
Diante da crise no HGCA, o público precisa saber se existe um plano emergencial de curto prazo (30 dias) — como reforço de classificadores, reorganização do fluxo e regulação de casos verdes/azuis para outras unidades —, e se esses passos já estão em ação ou apenas em fase de planejamento. - Sustentação política: qual é a prioridade?
A secretária recebeu premiações, como a Medalha do Mérito Três Marias por atuação em causas femininas. Ela também lidera ações em saúde mental e cardiológica para vítimas de tragédias, como a explosão de fogos no Recôncavo Saúde BahiaJornal Grande Bahia (JGB). Mas essas conquistas, por relevantes que sejam, não resolvem o presente colapso do atendimento. O governo precisa priorizar recursos e execução no médio e longo de forma realista e transparente.
Cobração pública com base em responsabilidade efetiva:
Para que o direito à saúde digna não seja apenas promessa, mas realidade concreta, Roberta Santana e a Sesab devem ser cobrados publicamente com base em três frentes:
- Transparência imediata e aberta dos dados da UPA/HGCA: tempos médios de triagem e atendimento, ocupação dos leitos, filas de regulação, plantões de triagem por hora/vermelho, amarelo etc.
- Plano de ação com prazos claros: com etapas de curto (30 dias), médio (90) e longo prazo (180 dias), contemplando estrutura, pessoal, regulação e atenção básica.
- Prestação de contas regular: por meio do Conselho Estadual de Saúde, transparência ativa no portal da Sesab e participação em audiências públicas, para que a sociedade acompanhe o que foi prometido e o que foi entregue.
Sem isso, os discursos sobre expansão, regulação e humanização correm o risco de permanecerem distantes da realidade expressa nos corredores cheios e na angústia dos pacientes e familiares.
Conclusão
A realidade na UPA do Clériston Andrade — com corredores lotados, espera de até 8 horas, pacientes desmaiando — não é um reflexo da dedicação dos trabalhadores, mas sim de um sistema que falha. Nesse contexto, figuras como a Sra. Carla Cristina Oliveira simbolizam a resistência e o cuidado humano que sobrevivem apesar da estrutura. Mas não basta acolher: é hora de transformar. A população de Feira de Santana merece saúde de qualidade — e o Estado, deveria garantir isso.
Situação Crítica
Corredores lotados, pacientes sendo medicados no chão e acompanhantes passando por humilhações se tornaram rotina. A superlotação da UPA compromete não apenas o atendimento, mas também a dignidade de cada cidadão.
Falta de Ação da Gestão Estadual
A secretária de Saúde, Roberta Santana, vem sendo constantemente cobrada por medidas efetivas, mas os problemas persistem. Enquanto o governo anuncia investimentos, as denúncias crescem e o atendimento continua precário.
Dados Alarmantes
Relatórios recentes apontam que o tempo médio de espera na UPA ultrapassa oito horas. Em situações emergenciais, essa demora pode custar vidas.
Depoimentos de Pacientes
Pacientes relatam desmaios nos corredores por falta de atendimento. Uma mãe, aguardando socorro para o filho com febre alta, contou: “Ficamos quase dez horas esperando. Ele caiu no chão, e ninguém veio ajudar.”
Reclamações de Acompanhantes
Os acompanhantes denunciam constrangimentos constantes, como restrições de acesso sem explicação, além da ausência de informações sobre o estado clínico dos pacientes.
Sobrecarga dos Profissionais
Enfermeiros e médicos, mesmo com dedicação, enfrentam sobrecarga extrema. Muitos relatam exaustão, falta de insumos e pressão psicológica, o que agrava ainda mais o quadro.
Falta de Transparência
A gestão estadual não apresenta relatórios claros sobre investimentos, contratos com fundações e auditorias realizadas. Essa falta de transparência gera desconfiança e revolta na população.
Comparativo com Outras UPAs
Outras unidades de pronto atendimento no interior da Bahia também enfrentam problemas, mas o HGCA e sua UPA lideram o ranking de denúncias por negligência e demora.
Ações do Ministério Público
O Ministério Público da Bahia já abriu investigações sobre a crise no HGCA, cobrando respostas do governo estadual e propondo planos emergenciais de intervenção.
O Papel da SESAB
Apesar de reconhecermos que muitos funcionários se esforçam para oferecer o melhor, a SESAB falha na coordenação, deixando pacientes, profissionais e familiares à própria sorte.
Soluções Urgentes
Especialistas sugerem ampliar o número de leitos, criar equipes extras de triagem e implementar protocolos rápidos para casos leves e emergenciais, evitando a sobrecarga.
Falta de Planejamento
A ausência de planejamento para períodos de alta demanda, como surtos de dengue e viroses, revela a fragilidade da gestão estadual e coloca vidas em risco.
Responsabilidade Política
A população de Feira de Santana cobra uma posição firme do governador e da secretária Roberta Santana. O Estado precisa assumir sua responsabilidade e apresentar soluções, não apenas promessas.
Voz dos Servidores
Servidores da UPA afirmam que há falhas graves na logística e na comunicação interna. Muitos dizem que não têm suporte para lidar com a quantidade de pacientes que chegam diariamente.
Um Clamor por Dignidade
O povo de Feira de Santana clama por respeito, dignidade e humanidade. O descaso do Estado precisa ser denunciado, e a sociedade civil deve se unir para pressionar por mudanças concretas na saúde pública.
Por: Josenilson Almeida
Redação JN Noticias